é tarde na janela da casa e ainda assim a vontade de ali estar, os pés em queda livre sobre um chão escuro de alcatrão que deveria ser terra batida há alguns anos atrás. ao canto do céu a lua ligeiramente inclina para a esquerda. o quarto atrás de mim é crescente e os cabelos tombam-me na certeza de me ver escura num céu que é noite em chuva. e então agora, daqui suspirar-te que fiques para sempre, para sempre fiques agarrado a mim ainda que as noites sejam tentativas de sermos nós próprios, ainda que me prendam, ainda que me matem devagar como morrem os doentes. ainda que eu seja a tua doença, ainda que seja a tua cura. ainda assim tua, para sempre.
. façam de conta que eu não estive cá .