Laivo a laivo, como suave brisa, que
não ofende a paisagem, miles de cores
enriquecem, tudo o que nos cerca,
numa manifestação humilde, da mãe
natureza, para com seus filhos dilectos.
As árvores tocam o cume das nuvens, e,
mas em baixo, mas não menos
insignificante, outra vida se mostra
propensa, a dar o melhor de si, em suas
águas bêbedas e cristalinas.
Imensos rios de minha infância, onde
doira o sol, pela manhã, convidam-nos
a neles mergulhar, como num rito ancestral,
onde a história ficou guardada,
para sempre, em suas margens, de algas
verdes e ramos retorcidos.
E nesta pedra, onde me sento, mais ao
Sul, consigo imaginar as naus, partindo
à descoberta de novos mundos, riqueza
de nossa multiplicidade.
Argonautas de nosso próprio presente,
saibamos ser dignos desta vida, semeando
o fruto bom, para sorriso e ventura,
de nossas crianças, pintando no papel,
pontinho por pontinho, um Mundo mais
belo, a todos por direito.
Tudo é cor e beleza, grato, seja o Mundo!
as flores e as crianças.
E no meu jardim, apenas reina o amor,
todo feito de cuidado e maestria, porque
lá pus, em morada permanente, a figura
de minha amada.
E quando me deito, só um pensamento
me ocorre: vale a pena viver, neste Mundo,
tão colorido e justo.
Por isso eu digo: colhamos seus ensinamentos,
de milénios e milénios, não dando passos,
maiores do que as nossas pernas: e sejamos,
no mínimo, humildes como ele.
Jorge Humberto
29/08/08