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O ROSTO DA MEDUSA

 
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O ROSTO DA MEDUSA

Há um campo-de-força a aprisionar o fluxo do córrego do seio natal:
Ele soçobra o plasma da alegria do primo do mar,
Fazendo com que suas veias ressequem
E, paulatinamente, o vórtice da misantropia
Incida sobre o chão da órbita de seu jardim de esperanças contínuas,
Anoitecendo-lhe, para sempre, o sol da estação da vida.


Ostento toda a solidez da minha verve
Para engendrar ardis,
Visando suplantar a inexpugnável fortaleza intangível,
E libertar o aquoso diamante hialino de seu cárcere possessivo
A fim de que eu possa contemplar
O luminoso reflorescer do garboso movimento
Em toda majestosa magnanimidade do seu viço.


No entanto, o campo-de-força me derrota,
Golpeando-me com jabs de silêncio
E diretos da inércia impiedosa.


Sob o olhar da medusa sem forma,
Entrego-me ás malhas da rede do sofrimento,
Esperando o ocaso de minha clânica era,
Deitado no amplo lombo fleumático
Do unicórnio do inefável oceano de mágicos vocábulos:
Para mim, nunca decréptos!

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
 
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jessé barbosa de oli
 
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Enviado por Tópico
Ledalge
Publicado: 30/08/2008 13:06  Atualizado: 30/08/2008 13:06
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Usuário desde: 24/07/2007
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 Re: O ROSTO DA MEDUSA
Como poesia não se explica, sente-se. Eu aqui senti um campo muito positivo, trabalhado em palavras rebuscadas, mas que no conjunto deram um brilho todo especial a seu poema. De fato, você trabalha o surreal como nunca vi. Beijos

Ps: eu tenho um poema surreal do tempo do Recanto das Letras que falava nos hialinos de vidro. Chama-se Rotas Ígneas, hora dessas o trarei.

Enviado por Tópico
AlineRomariz
Publicado: 30/08/2008 15:33  Atualizado: 30/08/2008 15:33
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Mensagens: 8
 Re: O ROSTO DA MEDUSA
Jessé, há um campo de força única em suas metáforas que soçobra o mar íntimo de quem ler seus escritos. Há uma inefável beleza em sua verve
poética ,que longe da inércia e do silêncio, finca no papel ou na tela cânticos,os mais lindos.