Outrora foste inocência…
Palavras carregadas de essência,
nome de alegria…
Deixado neste lugar de monotonia…
Quem aqui te deixou?…
Quem nunca te beijou?
Neste mundo deixaste a tua imaginação
Porque sentes tristeza e saudade
se não tens coração?...
Nesta casa apodrecida, e abandonada
porque aqui ficaste
se não há mais nada,
p’ra além da tua tristeza?
Pobre alma;
que aqui permaneceu tesa…
Espreitando…
sei que procuras alguém…
Mas quem?
Se nesta casa não há ninguém…
Há muito tempo,
houve um dia
família feliz…
Que a morte rasgou…
escrevendo o destino em traços e giz
Foi ela aqui te deixou,
fantasma de doce criança…
Pobre foi a instância
pobre foi a infância
que a morte crucificou…
Mas quem procuras tu?
Quem chamas
nas tuas tristes canções?
Por quem gritas,
nas tuas ilusórias lamentações?
Quem procuras?
Na morte ou na vida?
Quem procuras;
para a última despedida?...
Procuras quem um dia te amou…
Procuras as tuas memórias,
as lendas, os contos e as histórias…
Que uma vez alguém te contou,
as pessoas que sempre te amaram…
Quem incansavelmente por ti chorou
Pai e Mãe…
…o sangue que te criou…
E na tristeza, neste sítio não ficaram…
Queres dizer um simples adeus…
mas estás preso a este lugar…
Porque grande Deus?
Se deste a este mundo condenação
ao menos davas à morte perfeição…
Porque errou a morte
ao desfazer esta vida?
Tão inocente e querida…
De simples criança
Sem mais uma única esperança…
E como no dia em ardeu a tua morte…
estás sozinho…porque…
…Ninguém está e casa!…