Num jardim há muito abandonado,
Fora plantada num tempo já distante,
Resistia à secura, ao vento, ao sol
E persistia num florir constante.
Esta roseira que dava lindas rosas,
De um avermelhado cor de lume,
Exalavam para quem ali passava
Um agradável e delicado perfume.
Um dia porém, num vendaval,
Uma rajada de vento a arrancou,
E em plena agonia desfolhada,
Uma única rosa ali ficou.
Retirei-a do meio dos destroços,
De um muro que entretanto desabara,
Ao apanhá-la num gesto de ternura
Reparei que entretanto ela murchara.
Trouxe-a comigo, coloquei-a num vaso,
E o desejo que entretanto se arreigou
À minha esperança de não a ver morrer,
E por milagre a rosa não murchou.