E assim, a vida prossegue…
comprometidos com o nosso caminho
e a lembrança de uma saudade. Que
não morre nem desfalece, mas atenuará,
à medida, que de nós próprios, formos
tomando consciência, que quem partiu,
serviu bem quem sempre bem lhe serviu.
Não quererá, a quem partiu, que sejamos
como ele em vida, somente, que, do bom
fruto colhido, que à terra primeiro foi
deitado, todo o nosso amor seja
representativo, pelo gesto altruísta, que
era dele, por nós legado.
O respeito tem-se em vida. Já que o choro
vem pela falta dessa continuação.
Quem estiver em paz consigo, em paz viverá,
com seus fantasmas.
Passam dias, primaveras e invernos…
e os riachos continuam ziguezagueando,
encosta abaixo, polindo, século após século,
os seixos e as madressilvas –
ao cimo, as fráguas escarpadas, sugerem
todas as possibilidades, agora que nos tornámos
mais fortes e decididos…. Suplantando-as!
E aquele pontinho de luz (novíssima estrela,
a refulgir no céu), anseia pelo nosso sorriso,
como quando éramos crianças, e, para tudo,
achávamos uma desculpa, mesmo perante
tamanho aglomerado, de deuses e de semi-deuses.
Nobreza é respeitar quem parte…. Seguindo
o sonho de quem fica!
Árvores, pomos, jardins, das mais variadas flores;
unidos terra e mar, com suas ondas cavalo;
céu e terra, fogo e ar, essência da vida, a reverberar;
todos os olores são vossos, a nós, cabe-nos ser
justos, subtraindo à lembrança, toda e qualquer dor.
Jorge Humberto
25/08/08