Poemas : 

Absorto

 
Bem no meio,
Alheado, alheio
Ignoro tudo,
A ti, a mim
E mudo mudo
Sem mudar, no fundo,
Nada no mundo
Que, também alheio,
Me tem bem no meio.

Cruzo e abuso
De um prumo certo
Que me toca o fuso
Já dentro, sem perto
E não ligo...
Fico comigo
E alheado desligo...
Ignoro e fico.

Borbulha o ruído
Num som roído,
Já gasto e comido...
Salpica-me o ouvido
Mas continuo alheio,
A escrever sem freio
Coisas que não leio.

Valdevinoxis


A boa convivência não é uma questão de tolerância.


 
Autor
Valdevinoxis
 
Texto
Data
Leituras
900
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
3 pontos
3
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 01/04/2007 22:30  Atualizado: 01/04/2007 22:30
 Re: Absorto
Brilhante, simples e aliciante
Palavras ritmadas e eufónica.
Li o poema com voz cantante,
E senti a minha alma eufórica.

Contém melodia e vibração,
Que só lido com os olhos se perdem.
É um poema que traz à confirmação:
Os poetas às palavras não se medem.

Enviado por Tópico
Thathá
Publicado: 05/04/2007 17:47  Atualizado: 05/04/2007 17:47
Super Participativo
Usuário desde: 16/02/2007
Localidade: BH
Mensagens: 166
 Re: Absorto
Tem mesmo uma entonação de música este seu poema rsrsrs
até parece mpb rsrs
Ficou mtuito interessante bem ritmado..
não pude deixar de destacar a última citação akela q me tocou ...
"Mas continuo alheio,
A escrever sem freio
Coisas que não leio."

p.s. Achei q só escrevia sem sabre direito o q escrevo... escrevo e qndo leio parece q nao fui eu qm escreveu!!!
Parabéns poeta! lindo poema!

Enviado por Tópico
Junior A.
Publicado: 05/04/2007 22:22  Atualizado: 05/04/2007 22:24
Colaborador
Usuário desde: 22/02/2006
Localidade: Mg
Mensagens: 890
 Re: Absorto
Seremos uma eterna mudança,
Sem nada mudar,
Apenas para que um sorriso ao rosto
Se possa achar, e que sabe assim,
sem vingança, tão pouco mosto,
Num amar, sem ler, nem escrever,
Ser, e viver.
Sem porquê, sem sonhar.

Mui bueno Poeta.
Apraz não me achar,
e estar absorto do entender.