Abri o livro, não havia imagens,
Nem citações de poetas,
Havia amizade, havia amor
Não havia cupido nem as suas setas.
Nascer indiferente, imagem desnudada,
Desfocada a pouca vida que tinha,
E fechando os olhos não via nada,
Nem a consciência pôde ser minha.
Não estou triste, nem vagueio,
Perdido no mar, na intensa escuridão,
Só não quero perder o momento,
De arriscar tecer sonhos na palma da minha mão.
Ele nunca me enganou no caminho,
Se quis fazer sofrer, fê-lo consciente,
Que o dia quando nasce é um viver,
Vivida e sonhada, omnisciente.
Fecho o livro, abro outro,
Não há citações, mas alegria,
Ar puro assombrado no meu rosto,
Sorriso plantado, momentos de mais um dia.
O azul que deu negro,
Horas que passam sozinhas,
Crescem saudades repentinas,
Paisagens secas, distantes, vazias.
Sinto um pestanejar cansado,
Diriam as horas de sono por cumprir,
Lanço ao Mundo um pequeno sonho,
Que na felicidade possam sorrir.