Partiste! num golpe de asas tranquilo.
Ah, quem dera, ir contigo e ver, o que só
agora, teus olhos, podem vislumbrar!
Porém, minhas janelas, estarão sempre
abertas, para repousares teu descanso,
quando me achares digno, de tua visita.
Minha mais doce, avezinha, presa
ao destino, de uma cruel fatalidade,
chegou enfim o dia, em que não
mais resististe, ao apelo dos céus…
E buscando o azul celeste, lá puseste
o teu mais lindo sorriso, para agrado dos
teus, na mais infinita entrega,
que só o amor pode desvendar,
em toda a sua decência e verticalidade.
E inda mal o sol raiava e já decidido havias,
outros mundos buscar – bem sabias tu, que
te esperavam.
E se aqui semeaste e do semeio, brotaram as
mais lindas flores, que soubeste cuidar,
eis a tua memória duradoira,
que teus filhos preservarão,
pois quem amou, amada será.
Voa, minha querida, a paz é contigo!
e se hoje todos choram, o céu que buscaste,
deixando para trás, esta vida terrena,
é porque assim encontraram, a certeza,
de que todas as manhãs, teu canto ouvirão,
no cimo da árvore, que tu mesmo plantaste.
Voa… voa… ó graça, de todas as aves!
que todos nós seremos contigo.
Jorge Humberto
22/08/08