Poemas -> Reflexão : 

Desventura

 
Perdi a conta às vezes que escorreguei
Já não sei também em vórtices de tempo
Quantas vezes desenraizada me levantei
É um ritual mecânico
Como um robot que se auto constrói
A cada batalha sangrenta
Faltam peças aqui e ali e dói
Mas rapidamente se consertam
Como se houvesse realmente
Um deus das máquinas e laboratórios
Restauram-se os corpos, os metais os fios de ligação
Aperfeiçoam-se programas e softwares
Mas haverá conserto para uma alma humana em agonia?
Haverá algum meio de ligação à alma mãe
Que nos pode dar a paz e a harmonia
Para que tudo funcione em pleno?
Um assimilar constante e tresloucado
Reflexos feitos de intuições
Uma vigia constante
É urgente que se suspendam os vendavais
Que deixem de se ouvir o ribombar dos canhões
Que as mães embarguem as lágrimas vertidas
Em dias sombrios de abandono
É premente o homem não ir em enganos
Cego de ilusão, perdido em sonhos
De gentes parasitas e pensamentos insanos!
 
Autor
AnaMariaOliveira
 
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Enviado por Tópico
Nanda
Publicado: 22/08/2008 17:10  Atualizado: 22/08/2008 17:10
Membro de honra
Usuário desde: 14/08/2007
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Mensagens: 11099
 Re: Desventura
Querida Ana Maria,
Boa chamada de atenção para os dias que se vivem hoje, em que os valores se perderam e as pessoas vão atrás de falsas promessas de felicidade.
Bjs
Nanda

Enviado por Tópico
VónyFerreira
Publicado: 22/08/2008 20:03  Atualizado: 22/08/2008 20:05
Membro de honra
Usuário desde: 14/05/2008
Localidade: Leiria
Mensagens: 10301
 Re: Desventura
Uma boa chamada de atenção para os tempos que atravessamos, conflituosos, estranhamente impessoais. onde os valores humanos se perdem numa mecanização não só desenfreada como horrivelmente assustadora!
Escrever poesia é além de tudo, ser interventivo nessas questões que desafiam a mente humana e proporcionam momentos de reflexão.
Beijo, Ana.
Vóny Ferreira