Acordo para a noite, como num
chamamento longínquo.
Não mais deixarei meu semblante,
carregado de dor, pois foi isso, que
teu sorriso me mostrou,
enquanto plantávamos nosso jardim,
no espanto de nossos braços, que
dos esforços, foi que as flores medraram.
Que todas as aves, de todos os futuros,
tenham aqui lugar, a nosso lado.
E que os rios corram livremente para o
mar, entre fráguas e medronhos.
Ao fundo de tudo, onde o céu se casa
com o mar, saibamos contemplar,
além de nós. E, de mãos dadas,
lancemo-nos no precipício, buscando
as águas profundas, de nosso sacrifício.
Todo o amor, que, em versos, possa
deixar-te, é sempre pouco, ante a
realidade, do meu querer, querer-te
bem. No entanto quero aqui registar,
que somos raiz, da mesmíssima semente,
fruto em ebulição, na concha de nossos
braços.
Nasce-se… morre-se! Eis o ciclo da vida.
Trilharmos nosso próprio caminho,
é sinal de respeito, por quem nos legou,
uma vida inteira, de amor e de coragem.
Ei-la, chegada, a nossa ventura!
Jorge Humberto
19/08/08