Águas serenas te banhavam,
Percorrendo caudaloso ao teu ventre...
Onde frondosas flores enfeitavam,
A sua alma onipresente...
Águas serenas te banhavam,
Como lágrimas de Deus cedidas...
Um relicário onde anjos acenavam,
Matando a cede de almas perdidas...
Estas mesmas almas, recuperadas do açoite,
De barcos jogados ao sal, e sem velas...
Navegando até onde não se finda a noite,
Enfrentando a ira das procelas...
Tendo na memória, a alma do rio,
Correndo sereno por entre curvas delicadas...
Matando a fome com a pesca, o homem até sorriu,
Enquanto pássaros partiam em revoadas...
Pois eles já percebiam que o rio morria,
Agonizando do leito a vertente...
E aquele home que sorria,
Não sentia a dor que a natureza sente...
E como uma ultima lágrima que seca,
O rio também secou...
E tudo que está em seu leito também resseca,
Porque Deus aqui, nunca mais uma lágrima deixou...
Agora seco e morto, é um caminho de pó,
Uma imagem que aos olhos medra...
Com uma sede de dar dó,
Num rio que virou pedra...