Poemas : 

Amargo-me

 
Eu quero seu amor ao sol, desidratado;
Triste, exalando a dor do opaco, e mudo.
Que apodreça indigente e tão flagelado!
Até que se arrependa de você, de tudo.

E quero ser a mão que não lhe cura;
A palavra que se cala na última hora;
O gesto atrofiado, cheio de amargura,
Que não traduzirá o que eu sinto agora!


 
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Amora
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Enviado por Tópico
Cláudia_Guerreiro
Publicado: 20/08/2008 01:18  Atualizado: 20/08/2008 01:18
Membro de honra
Usuário desde: 11/05/2008
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Mensagens: 297
 Re: Amargo-me
Gostei muito do teu poema.Pareceu-me um grito de revolta.

bj


Enviado por Tópico
Karla Bardanza
Publicado: 20/08/2008 02:42  Atualizado: 20/08/2008 02:42
Colaborador
Usuário desde: 24/06/2007
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Mensagens: 3263
 Re: Amargo-me
Entre querer e poder...apenas a amargura.Doce Amora, a raiva passa...e o que negas agora é o que será o arrependimento depois.Beijinhos doces.Flor para ti! Open in new window

Karla Bardanza


Enviado por Tópico
Nanda
Publicado: 20/08/2008 09:01  Atualizado: 20/08/2008 09:01
Membro de honra
Usuário desde: 14/08/2007
Localidade: Setúbal
Mensagens: 11099
 Re: Amargo-me
Dora,
Está demais, é a amargura traduzida com mestria por palavras ao teu jeito poético.
Muito bom mesmo
Nanda


Enviado por Tópico
Andy
Publicado: 20/08/2008 12:04  Atualizado: 20/08/2008 12:04
Membro de honra
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Mensagens: 1998
 Re: Amargo-me p/a Amora
...um gritar de alma revolta, até que volte a bonança! ...gostei muito!


bj.


Enviado por Tópico
VónyFerreira
Publicado: 20/08/2008 12:33  Atualizado: 20/08/2008 12:33
Membro de honra
Usuário desde: 14/05/2008
Localidade: Leiria
Mensagens: 10301
 Re: Amargo-me
Quanta amargura navega nessas palavras
que sabiamente sabes explorar
com a delicadeza dos autênticos poetas!
Beijoca,
Vóny Ferreira


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 20/08/2008 21:47  Atualizado: 20/08/2008 21:47
 Re: Amargo-me
Conhece "uma canção desnaturada" de Chico Buarque? Cabe no seu poema, inteirinha e ainda sobra espaço. Esse vai direto ao estômago, Amora. Beijo.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 20/08/2008 22:09  Atualizado: 20/08/2008 22:09
 Re: Amargo-me
Não resistí a interferir, finalizando num soneto e subvertendo título e tema! Mas, adorei a peraltice!
Virou ATO FALHO

Eu quero seu amor ao sol, desidratado;
Triste, exalando a dor do opaco, e mudo.
Que apodreça indigente e tão flagelado!
Até que se arrependa de você, de tudo.

E quero ser a mão que não lhe cura;
A palavra que se cala na última hora;
O gesto atrofiado, cheio de amargura,
Que não traduzirá o que eu sinto agora!

Se a dor de te querer é mal sem cura
Que o tempo dê um fim nesta loucura
Arroubos de ilusão, insensatez.

Mas sem que me dê conta acendo a chama
Num gesto, ato falho de quem ama
Ao sol deixei foi minha lucidez.
Beijo.