Convidei-te para casar, assim, como quem convida para dançar. Olhaste para mim, com esses grandes olhos azuis, sem quereres acreditar.
A nossa relação sempre primou, pela indefinição. Passos à frente, passos atrás, quero, não quero, deixo-me ir, não me deixo ir…
Nunca te quis amar (apesar de te amar), fugi de ti e de todas as outras, que me quiseram “agarrar”.
Eu, e a minha independência. Essa sim, a minha amante de sempre.
Lutei! Ah, como eu lutei! Lutei para te resistir, resistir a esse olhar doce, terno e inteligente, a essa menina mulher, que cada vez mais me encantava e seduzia, a esse corpo!... Meu Deus, esse teu corpo, que só de o imaginar, me sinto incendiar… mas tu, conhecedora profunda dos teus poderes e dos teus desejos, não facilitavas, estavas sempre lá!
Essa noite decidi-me, eu amava-te e não havia como fugir a essa verdade cada vez mais flagrante.
Sorriste, com esse teu sorriso de eterna criança, que me derrete o coração, aproximaste-te de mim, deste-me um beijo na face e segredaste-me ao ouvido – “sim amor”.
O teu perfume e o toque dos teus lábios, deixou-me na pele um ardor, um feitiço, outro.
Tudo à nossa volta parou, deixamos de ouvir os ruídos que nos rodeava, dentro de nós, ouvia-se uma música, a música dos amantes e foi ao ritmo dessa música, só tocada para nós, que nos abraçamos, beijámos e nos devorámos.
Os nossos corpos fundiram-se num só, com urgente frenesim, em espasmos de intenso prazer, entregamo-nos, como nunca antes, o tínhamos feito. A noite encheu-se de estrelas e a lua, espreitando atrevida pela nossa janela, foi testemunha, deste nosso pacto de Amor!
Luz&Sombra