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Crónica Sem Título

 
Tags:  fantasia  
 
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Somos tantos que amamos a escrita. E somos tantos os que a desprezamos quando, com as palavras que usamos, escolhemos alvos para acertar. Só os que o fazem por amor escapam…
Então, as palavras, ditas nossas, são meros objectos de um ataque feroz e premeditado. Mesmo que usemos essas mesmas palavras com encanto e sensibilidade, o mesmo encanto e sensibilidade que usamos para fomentar a criação dum texto, então, essa razão deixa um vazio frio e quase disfarçado. A arte da escrita serve-nos tão bem!
Iludimo-nos, quando a escrita nos dá um prazer vagaroso e evolutivo, que nos transporta para o impulso de publicar, em lados diversos, a obra de arte que acabamos de fazer nascer. Pura ilusão. Falsa questão. Porque, quando assim acontece, somos o destino dessa arma inventada com artes de malvadez, e, em mesquinhas intenções, e por engraçado ou estranho que pareça, nem sequer damos conta dessa nossa realidade.
E o mundo está cheio de pretensos escritores, que usam armas no corpo da palavra quando deveriam usar flores, que usam guerras na alma da palavra quando deveriam usar a gratidão. A gratidão de terem leitores que os leiam. A gratidão, em forma de amor, por terem quem os siga, dando substrato, ao que escrevem.
Amar a escrita é respeitar quem lê, é ter, como função assumida, o facto de ser o portador da mensagem que é preciso passar. É, principalmente, assumir o seu estado enquadrado no tempo e espaço e também perceber o que isso significa.
Porque, pelo caminho ficam tantos e tão bons escritores, cujo espaço só a eles interessou (cultura do umbigo) ou porque, no seu caminho desviaram todos aqueles que lhes superiorizam, afastando-os quando deveriam ter aprendido com eles…
Opções que, ao longo da história, fizeram toda a diferença e que mudaram o curso da história da literatura.


Escrevo…para libertar as personagens que não consigo Ser!
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http://catalogoluademarfim.blogspot.pt/

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(Foto de: Marvin Sodicoff)
 
Autor
Paulo Afonso Ramos
 
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Enviado por Tópico
Margarete
Publicado: 18/08/2008 18:25  Atualizado: 18/08/2008 18:25
Colaborador
Usuário desde: 10/02/2007
Localidade: braga.
Mensagens: 1199
 Crónica Sem Título para o paulo
às vezes, tantas vezes, o que escrevemos torna-se o que somos e achamos que somos génios.
abordaste momentos demasiado importantes, gosto quando tocam nas feridas e as curam com palavras bem colocadas. fizeste isso muito bem como sempre fazes.
a verdade é que ninguém me conhece melhor que o meu leitor.

um beijo*

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 18/08/2008 18:34  Atualizado: 18/08/2008 18:34
 Re: Crónica Sem Título
O meu comentário segue por PM.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 18/08/2008 19:42  Atualizado: 18/08/2008 19:42
 Re: Crónica Sem Título
Para que "título" meu amigo, depois da excelência deste texto
Meus sinceros parabéns!
Abraço
Edilson

Enviado por Tópico
Vera Sousa Silva
Publicado: 18/08/2008 21:15  Atualizado: 18/08/2008 21:15
Membro de honra
Usuário desde: 04/10/2006
Localidade: Amadora
Mensagens: 4098
 Re: Crónica Sem Título
"Amar a escrita é respeitar quem lê"!
Só esta frase já daria para inúmeras reflexões e para discutir (no bom sentido) o tema.
Adorei o texto e penso que todos por cá e por lá o deveriam ler, mas acima de tudo pensar nas belas palavras que aqui nos ofereces.
Parabéns Paulo Afonso Ramos! Estou orgulhosa (hoje e sempre) de te ter como amigo.

Beijo grande