Hoje o silêncio faz-me assim, Como se de vida em mim Apenas as horas de ti. Tenho os olhos cansados De te pensar com palavras Que se conjugam nos tempos verbais Do abismo da razão. Já me permitira a tanto assim, Mas nunca a noite se calara Ao conselho simples do esquecimento, Sempre cálice dos meus tormentos. Fomos da cor dos sentidos, Agora sou da força de um sentimento Que me anula convicção séria De não sermos mais que apenas Assim, na distância que nos oferecem As horas após as nossas, De ímpetos envaidecidos pelo desencontro Em que nos temos. Porque a tua distância Nem o sal da nossa pertença tardia faz esquecer, E permanecerei tua até que o perfume se apague Das palavras que ousaste.