Amor Telúrico
Lucy
Como “o dia anuncia o fim através de seu ocaso ao agonizar das sombras” (E.G.L.2002)
Anuncio o meu pôr-do-sol, vislumbrando uma nova aurora
Me transformo em mar para poder abraçar teu corpo
Penetrar em tua alma, descansar teu sonho
Mergulhar em você...pedra, rocha... que me envolve, delimitando meu leito.
Nos unimos numa simbiose infinita
Lutamos como dois algozes...pela vida
Fugindo das profundezas netúnicas
Nos encontramos nos lances das marés
E nos embalamos em ondas perfeitas.
Mas, somos sonho...somos quimeras
Somos amantes desiguais da imensidão azul
Nos afogamos em nossas reticências
Enquanto o fino filme corre na tela de nossos encontros.
O vento chicoteia o nosso telúrico
A lua some do céu para que não haja maré
E o mar calmo jaz...sem ondas
Conspirando contra nossos abraços
Num infinito espaço que separa
A água das pedras
Já não há encontros, nem abraços, nem carícias, nem luta
Há uma imensidão de sentimentos sós
Medrosos, calados, mergulhados no olhar
Que resulta em literatura de nossas não-vivências.
Amor Telúrico