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Julio Saraiva | Publicado: 16/08/2008 18:02 Atualizado: 16/08/2008 18:02 |
Colaborador
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Mensagens: 4206
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Re: Tenho uns beijos no cesto p/Carolina
Carol,
Coisa tão doce, tão pura e tão singela, só podia mesmo ser um beijo. Delicadíssimo. um beijo, tá? júlio |
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NinaAraújo | Publicado: 16/08/2008 18:03 Atualizado: 16/08/2008 18:03 |
Da casa!
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Mensagens: 264
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Re: Tenho uns beijos no cesto
MARAVILHOSO! Clap,clap,clap,clap!
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MariaSousa | Publicado: 16/08/2008 18:07 Atualizado: 16/08/2008 18:07 |
Membro de honra
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Mensagens: 4047
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Re: Tenho uns beijos no cesto
Este texto, só pela originalidade, já merecia um prémio.
Como não tenho prémios para dar, dou-te um beijo e recebo em troca esse que voltou triste para casa. Pode ser? Gostei mesmo muito! Bjs |
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flavio silver | Publicado: 16/08/2008 18:19 Atualizado: 16/08/2008 18:19 |
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Re: Tenho uns beijos no cesto
e eu sou o lobo mau!!!
gostei bastante. beijos com garantia vitalicia |
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Enviado por | Tópico |
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Maria Verde | Publicado: 16/08/2008 19:26 Atualizado: 16/08/2008 19:26 |
Colaborador
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Re: Tenho uns beijos no cesto
Oi Carolina!
bem singelo, teu texto. e gostoso de ler. adorei! Maria Verde |
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Nanda | Publicado: 16/08/2008 20:27 Atualizado: 16/08/2008 20:27 |
Membro de honra
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Re: Tenho uns beijos no cesto
Carolina,
Lindo este teu texto. Bela prosa poética. Tem gente que não gosta de carinho o que se há-de fazer, por certo é recalcada e infeliz. Para ti, Carolina, um beijo, grande, do tamanho do mundo. Nanda |
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Enviado por | Tópico |
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Bruno Sousa Villar | Publicado: 16/08/2008 22:02 Atualizado: 16/08/2008 22:02 |
Da casa!
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Re: Tenho uns beijos no cesto
Que coisa delicadíssima,sra. C. .
Em jeito de acrescentamento à matéria oscular,deixo um texto recentemente lido muito apreciado por mim : O beijo de um académico em Paris. O beijo é talvez uma matéria antiga. Assunto de poesia contemplativa, bom para versos parnasianos. Uma flecha, o tímido clangor, a vibração do arco, sílaba, medida, questão de técnica, afinal. Há uma grande literatura, arrumada, sobre a melancolia do beijo: amantes que se arrastam no meio das pontes, palavras sérias, despedidas, mal-estar, quartos de hotel, um espelho, a luz, e Paris, as cidades onde outros beijos foram famosos, Veneza, Praga, Florença. Os académicos flutuam com saudades desses beijos de Paris, lânguidos ou a preto e branco, desbotados, cheios de literatura, de espuma e de eternidade: sombrio retrato do beijo, entre legumes dos mercados e estátuas dos palácios, penumbras das praças, empedrados onde alguém acena com um lenço. Estranha dívida da imaginação, questão de técnica, afinal: havendo cenário, então há um beijo, entre muros e rosas; os amantes merecem esse entardecer, nenhum outro beijo é tão nostálgico como o beijo que nunca aconteceu, perdido no meio de um livro, como uma gardénia entre chilreios neoclássicos, aflorada, desfolhada, morrendo devagar, apenas uma imagem dramática, aprendida de cor. Simples amor europeu, como escrevem os querubins, doentes de má bibliografia, tingidos de palidez, temendo a ironia. “Ali nós estávamos cercados, era o Maio de sessenta e oito, acabávamos de inventar o mundo.” J’aime votre librairie, madame. O primeiro beijo, aquele mais clandestino, aconteceu entre as estantes de psicanálise e restos de filosofia, tudo matéria nobre, como o beijo. Questão de técnica, afinal. Como uma mancha na memória, esse beijo de Paris – com tradição, prefácio, notas, livros, distinção, adultério, casas vazias anoitecendo em bairros perto do Sena, discos da Greco, baladas, despedidas, comboios no meio do Outono, sufocantes. Talvez fique apenas um retrato, um veneno, uma revolução reconciliada com os deuses, um rasgão na camisa, uma memória onde tudo apodrece, devagar, no meio da febre ou daquela solidão que destroça a vaidade. Ah, como nós éramos revolucionários, como o vinho e os livros eram tão franceses, como o mundo tinha coisas tão fantásticas, mulheres abandonadas, filhos aqui e ali, chuvas, e uma pátria onde se podia regressar, relâmpagos, canaviais, enredos, infortúnios, segredos, telhados de Paris a meio da tarde, esplanadas onde os filósofos adormeciam – bêbedos e consentidos, murmurando desculpas e vagas propostas de equilíbrio. Questão de técnica, afinal, como as coisas que agonizam no meio, bem no meio da vida. Sereníssimo beijo académico, saudade de como o mundo era perfeito, falado em francês, sem escuridão, calafrio, ou a ironia dos descrentes. Eram dentes assim, levemente manchados pelos Gitanes, línguas pequenas, cheias de pudor a princípio, uma gota de suor no decote (faz calor em Paris durante o Verão). Tudo o resto, ou quase, era literatura, árdua e elíptica, obscura, dissolvida e depois escrita no meio de incêndios, cheia de jogos e sinais, como um beijo que interrompe a cegueira numa esquina do Sena, numa ponte humedecida, num sótão cheio de cadernos e de vinho barato. Coisas românticas. Vulcões abertos sobre a vida inteira. Negrume de vinganças tardias. Inquietações, velhos retratos do Che, coitado, autoridades, clérigos, melancolias e suspiros. Talvez seja da altitude; as livrarias de Paris ficam acima do nível das águas do mar, mas não tanto, afinal. As universidades também. E as ruas do Quartier Latin, ensombradas por tanta melancolia, lua-de-mel, passeios no meio da chuva, abrigos de amantes nos livros, fraquezas espirituais. Pequenas cedências começam aí, quando se perde uma namorada que não sabe o nome dessas ventanias, tudo por causa dos livros e do lixo de Austerlitz. Muitos anos mais tarde, olhando a sombra sem olhar a sua morte: a vida é um monólogo cheio de literatura, remorsos, coisas perdidas, textos sagrados, obra irrelevante, implorando saúde e reconhecimento. Ah, o verdadeiro beijo (questão de técnica, afinal) só existe em Paris, pobre beijo a preto e branco, aristocrático, triste. O sopro da humanidade não interessa; apenas vagamente existe em redor, empurrado pela vileza, negligente, cheio de más traduções. Francisco José Viegas In Se me Comovesse o Amor. Quasi, 2007. Beijo (que cliché) : ) |
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Amora | Publicado: 16/08/2008 23:56 Atualizado: 16/08/2008 23:56 |
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Usuário desde: 08/02/2008
Localidade: Brasil
Mensagens: 4705
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Re: Tenho uns beijos no cesto
Adorei isso!!!
O pilantra é sempre o primeiro a aparecer. Beijinhos Amora |
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