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a propósito das voltas

 
Sim, escrevi algumas «voltas a mote pré-fabricado». Decidi publicar as mais recentes <a href="http://interruptio.blogspot.com/">na segunda versão do meu blogue</a>. Recuperei as mais antigas aqui no luso-poemas.
«Voltas a mote pré-fabricado»: mecanismo de reciclagem poética. Tal como há séculos atrás, a premissa é o mote, que é glosado. E com alguma liberdade o poema surge. Os motes não são alheios a mim pessoalmente (Camões, por exemplo, escreveu «voltas a mote alheio») mas sim temporalmente. Fabriquei-os antes do seu contexto actual. Faziam parte de rascunhos ou mesmo de “poemas” que acabei por rejeitar: é este o caso do último (há estátuas impossíveis no limite do tempo). Assiná-lo em itálico apenas o mote, apesar de alguns versos serem também cópias parciais de qualquer coisa que já não existe.
Tudo isto é uma maneira de encontrar alguma ordem.
E a intenção? A intenção é combinar uma série de elementos, de forma mais ou menos automática, para obter um certo efeito. Pretendo – como sempre se pretende – dizer ou fazer sentir qualquer coisa sobre a humanidade. A maneira é concatenar elementos orgânicos, cósmicos e míticos. A maneira deseja-se também uma procura incessante de outras maneiras.
Tudo isto é também uma maneira de legitimar uma artimanha e um atalho para qualquer coisa.


bruno ribeiro de almeida

 
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ribeiro_de_almeida
 
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