E é este amor, que não me deixa descanso,
de por ele e para ele viver, a cada instante de
minha vida, que me deixa assim quedo,
por sobre a mesa, ansiando os passos anunciadores,
de tua chegada, para lá da porta, a nós fechada.
E em sobressalto saio do meu torpor, corro para
a porta, para te dar as boas-vindas, com um beijo
tão só nosso, onde selamos segredos, à meia-luz,
do compartimento bruxuleante, da sala de estar.
Dizes-me cansada… que a vida não está para menos!
solicito-te uma flor… de minha, para a tua mão.
Agradeces-me, com um sorriso, que vestem teus olhos,
de palavras surdas, que não necessitam de vocabulário,
pois que eu bem as entendo, em cada traço de teu rosto.
E enquanto assim repousas e ouves a ternura do meu
espanto, por te ter de volta a mim, levo-te a lavar os
cabelos, quais novelos, de fazerem inveja a muita gente.
Bem lavados e melhor secos (os cabelos), repito-te,
vezes sem conta, de como, para mim, és a mulher mais
bela, deste mundo, razão de meu viver e de meu cuidado.
Jantamos e rimos e pusemos a conversa em dia!
e, sem dar por isso, fez-se alta a noite lá fora.
Por fim tudo cuidado e arrumado, resolvemos deitar-nos,
num abraço de corpos, que, mais uma vez, se
mostram unificados e demais desejados.
Até amanhã, meu amor! Dorme em paz!
Jorge Humberto
14/08/08