Bizarro
Fecho os olhos e entro num mundo, um mundo só meu com tons acinzentados e vazios.
Caminhantes de alma fúteis, em encontros negros e místicos, á noite onde o diurno é uma fachada. Nos bares, eternos desabafos, absorvidos pelas mentes inconscientes.
Vejo o destino a preto e branco, envolto por caminhos obscuros ligados por estranhos e falsos amigos, entrando em direcção a becos escuros e sombrios, onde a luz é escassa e a sombra é bem grata para mim.
Fecham-se as portas pelo caminho minado, porque a verdade fere e mata com prazer e sofrimento. Há aqueles que juram lealdade a acordos, a favores nunca cobrados, a noites mal dormidas por sóbrias conversas filosóficas.
Os vultos negros, ocultam faces, torturam almas, desfazem relações, e algo só mais imaginado. Estes vultos são os pilares da sociedade.
Porque a face é o espelho da alma, cada vez mais velha mais turva fica o espírito. Na decadência humana a erosão é superficial, os sentimentos são como terra, debaixo do chão, esquecidos no tempo. Não pombas brancas, esperança á vista, luz ao fundo do túnel apenas a certeza de suavemente a morte aproxima-se da nossa hora para ditar o fim de mais um habitante dos milhões que ainda existem.