BRINDE À VIDA
Eu não sou uma qualquer
Sou uma linda menina
Que apanhou um malmequer
E em determinada esquina
Ofereceu-o com um sorriso
A alguém que lá morava
E que já não era preciso
Estar vivo onde a gente passava.
Eu não sou uma qualquer
Eu sou aquela mulher
Que subiu a um camião
E andou na contramão
E só teve acidente
Com certo tipo de gente
Que fez essa rodovia
Vazia, para seu conforto
E ao lado jaz um morto
No suplício, no bulício
De uma faixa entupida
De gente baixa na vida
Porque essa estrada vazia
Não é para o indigente
Mas só para quem é gente.
Eu não sou uma qualquer
Sou Princesa com Coroa
Mas tem de viver à toa
Pois não tem o que comer
E ridículo é de ver
Os outros reis e rainhas
Virem aos tectos gretados
Dos meus palácios estalados
E beijarem os farrapos
Que são as minhas bainhas
Todas feitas de trapos
E saírem às arrecuas
Todos muito reverentes
P`las minhas criadas nuas
E meus servos indolentes.
Porque eu não sou uma qualquer
Eu rio-me a valer
De coisas que já vivi
E de outras que eu já vi
E tudo o que importa aqui
É o humilde que sorri
Sentado ao pé de mim
Olhando uma flor de jardim!
TCHIM! TCHIM! :)
(Por Ana C./SOB_VERSIVA)
Esquece todos os poemas que fizeste. Que cada poema seja o número um.
*Mário Quintana*
Re: "BRINDE À VIDA"
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