A noite caí profunda
O barulho afasta-se
A confusão foge para a baixa.
O sentimento de cansaço
É apenas de fracasso
Mas o sentimento é nobre.
Estou cansando...
Estou estafado...
Estou enfadado...
........com o barulho que lá se vai.
Estão contentes,
Embriagados por um pecado,
Mas em suma contentes
Lá vai o barulho
Pela a baixa a abaixo.
Estou consciente
Estou remanescente
Estou de estar
Preferia andar
Ou então ir para um monte
E ver as estrelas a cintilar.
Estou destroçado
Estou desmoronado
Estou desmotivado.
Roma que sentia
Pode estar por um fio
E o muro quebrado
É reconcertado.
A motivação está numa profunda meditação...
........entrando em transe,
........chegando a erídano,
........saindo para fora
........ficando em sossego.
E o barulho, lá vai,
Pela a baixa
Abaixo.
Contentes, embriagados,
Felizes e desnaturados
Lá vão eles, com a confusão
Abaixo.
Minha pobre cidade
Meu rico país
Eu sofro por um
Eu penso por todos.
Reajo com o tempo
Afecto com a memória
E a confusão
Evapora-se pela noitada a dentro.
Só quero ser
Só quero ter
Só quero perceber
Só quero querer.
Estou estafado...
Estou cansado...
........quero bazar
........quero ir
Mas só exijo...
........o silêncio do momento
Só exijo...
........o amor de sempre
Só exijo...
........um último tango em Paris.
Lá vão eles...
........de pé ante pé
................de carro ante carro
........................de roda ante roda
Pela cidade abaixo.
Pobre cidade
O que tu sofres
Pobre de mim
O que me canso
Pobre de ti
O que tu pedes
Pobre do pobre
O que ele requer.
Já não se ouve
O barulho
Que desmaterializou-se
Para a cidade
Para a baixa abaixo.
P de BATISTA
Escrito por volta de 2001. Mais uma do m/ báu. (Uma Década em Ser!)