Reservo-te a luz,
Preciosa,
Na penumbra da minha caverna
Secreta.
Sobre minha pele, projectas a cruz,
Da salvação desta mente copiosa;
Lucerna,
Para a via idílica predilecta!
Assentaste santuário
No flanco mais devastado
Do campo de meu pelejo.
Renovaste o sudário
Deste corpo cansado,
Rasgando a mortalha do desejo!
Do mistério ao segredo,
Tão estimulado,
Exalto o coração de menino,
Sem medo,
Na saudade de ser amado,
Na ousadia de um beijo ladino!
Anseia meu agro
Por semente;
Aguarda meu ar
Por volatilidades.
A mudança é meu consolo;
A letargia ao esquecimento consagro,
Enquanto salto entre passado e presente,
Em decidido acordar,
Numa só, atravesso muitas idades,
E atino caminho para a lógica do tolo…
És a estrela no meu crepúsculo,
O agasalho nos frios da minha vigília.
Por cada hora que marca o meu destino
Entrego-te 60 segundos do meu ser.
No oráculo devoto meu ósculo
Entre entes dos deuses família.
Andarilho, do profano ao divino,
Na busca de teu coração, para aí, enfim, jazer…
Andarilhus "(º0º)"
XIV : II : MMVI