<p align="center">
<font color="#006600">*Quando os Olhos Secam*
A alma silencia, lágrima e refúgio
Dialogam, cochicham sem ruído
O encanto adormece, em transfúgio
Deita sob a laje o rosto fragoído
O olhar distancia-se sombreado
Qual um vulto da noite sem luz
Vagueia num minúsculo agastado
Do pensamento espada templo cruz
Onde encontrar a secreção aquosa
Que na face é campo de glória riso
Nos aplausos, na colheita da prosa
Na saudade é telegrama de aviso
A emoção da lágrima é companheira
Dá-me teu poço, o rio, a cachoeira</font>
<font color="#933300">Buscando algum refúgio nos teus braços
Depois de ter sofrido a decepção
Saudade não estica mais os laços
Sou teu e vivo imerso em tal paixão.
Os erros que eu cometo, sei que crassos,
E neles encontrei desilusão.
Seguindo com firmeza assim, teus passos
Verei ao fim da tarde este clarão
Que diz do plenilúnio que me trazes,
A lua deste amor jamais tem fases
E brilha mesmo em tempo mais nublado.
Permita que eu prossiga num ponteio,
Seguindo este caminho que eu anseio,
Cantando o tempo inteiro do teu lado...
SOGUEIRA
MARCOS LOURES<center></font>
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