No chilreio de pássaros povoados
abri-te de par em par janelas amparadas
do olhar, aqui na Avenida despida de folhagem.
Erectos os galhos pontiagudos perfuravam então
afilados e mudos o teu olhar de veludo.
Como um rio de mansas águas, tacteaste munido
de pinças, o assombro da viagem. Bebeste uma a uma,
gotículas de seiva alada das palavras em busca de alimento,
na dita e na bonança, na desdita e na mais extemporânea
intempérie, no paralelo e na série, na infinitésima caça,
do Cósmico aperfeiçoamento Universal.
Com parcimónia, deambulaste o Portal oferto dum
Templo que aspergiste com verdes ramos de Oliveira.
Era Deméter, estava ali e me ofereci a ti. Inteira!
Por ti me abri ao ímpio, indolente Sol e ao sal da Maresia,
na ânsia colegial de devorar o Mar, por dentro.
Arrepiei as madrugadas controversas
em rimas confessas de poemas.
Farejei nas narinas do vento, as tuas abafadas dores.
Delírio, tormentos. Adivinhei pensamentos...
(E as tempestades de todos os finais de tarde ...)
Como chegaste, partiste ... Eras Miragem, Sol Poente!
E quando mais nada fazia sentido, por fim percebi
que nesta alucinação, me havia oferecido a mim sómente!
O teu nome? Desalento.
O apelido? Vento ... Vento ...
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