Poemas -> Góticos : 

Silêncio do cemitério

 
Tags:  sombrios  
 
Estendido manto negro encoberto de lágrimas do céu,
Envolvendo contornos esqueléticos que outrora vagavam no parque,
Da mansão em ruínas recolhi seu pranto em rosas negras cancerosas
E libertei a expressão máxima de sua tristeza infinita em odílico plenilúnio.

Esvaindo-se em longas espirais de cinzas tomadas pelo vento,
Monumentos contra o céu escuro apodrecem cinzentos,estáticos observam,
Terra cavada transborda de arranhões,caixões de gritos abafados,emudecidos,
Onde imploraram inocentes pesadelos catalépticos ocupando terrenos malditos.

No passeio das almas cantantes,o som de seus lamentos confunde-se com a chuva e os ventos
Da natureza maltratada que reclama a atmosfera impregnada de desespero,
Evocado dos mais antigos desejos e pavores, tragédias e heranças de suicidas e malfazejos
Corvos esvoaçam dominando campos nada santos,eu choro junto a marca inicial de recente túmulo,
Acalentando o fim de todos os sonhos aguardando que reine a completo silêncio.

 
Autor
RaimundoSturaro
 
Texto
Data
Leituras
1881
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
6 pontos
6
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 10/08/2008 07:17  Atualizado: 10/08/2008 07:17
 Re: Silêncio do cemitério
Bom como sempre, mas com o perigo de se tornar monocórdico. Abraço


Enviado por Tópico
DarkRose
Publicado: 10/08/2008 12:22  Atualizado: 10/08/2008 12:22
Participativo
Usuário desde: 02/08/2008
Localidade: Fundo do Mar
Mensagens: 34
 Re: Silêncio do cemitério
Como nos sentimos bem na escuridão do silêncio...Belo texto.
Um beijo


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 11/08/2008 13:08  Atualizado: 11/08/2008 13:08
 Re: Silêncio do cemitério
Caro amigo e poeta Raimundo, é no mais completo silêncio que escutamos a voz do inconsciente, se tentarmos escutá-la, certamente ouviremos o eco da própria alma e o clamor do que nos assombra. Ouviremos o nosso "eu" clamando por "entendei-me por favor". Bjs!