Não tenho sentidos que me ajudem
A ultrapassar a insensibilidade dos dias!
Os anjos perdidos não me acudem,
As minhas mãos são pedras frias…
Não tenho paz que cubra a sede
Nem sonhos que abracem o sono!
O meu rumo esbarra numa parede
Cimentada pelas asas do abandono…
Encontra-me, olha para mim, saboreia!
Minha boca não conhece o sabor…
Descobre que o instinto não serpenteia
Por entre o sangue sem calor
Do meu corpo frio, vago, inerte…
Arranca de mim este estado depressivo!
Tudo o que o meu coração verte
É sóbria beleza do acto impulsivo…