Nada sobranceiro, pois que não faz
minha graça, espero tua chegada,
no mais puro respeito e galhardia.
Galhardia porque me sofre tua ausência,
sempre tão desejada, como a um fruto,
que venha matar, a minha sede de ti.
Mas quanta mais saudade, mais
me sinto enamorado, pela beleza de
tua pessoa, sempre tão correcta e apaixonada.
Não há quem de ti não preze, esse
teu jeito de ser, que se entrega ao outro,
como se o mundo fosse findar algures.
Sempre com um sorriso nos lábios,
mesmo para quem não o vê, contemplo-o
através de tua auréola, que perpassa tempo e espaço.
E foi assim que te reconheci e dúvidas não tive,
de que já eras minha, ainda antes de o ser,
porque algures, já fôramos um do outro.
Então retomamos nosso caminho e aí plantamos,
nosso plantio, que na terra se fez raiz,
cresceu e permaneceu –
semente fruto, pronto a colher e preservar.
Ah, mas quanta verdade, há neste amor!
que, de tão puro, é toda esta nossa felicidade,
sem ambiguidade nem pertinácia.
Por breves momentos, que estejamos juntos,
tudo isso é o quanto baste, para sorvermos
o alimento dos deuses e recolhermos,
a nossos aposentos, embriagados de amor recíproco.
Vem, meu amor, demos as mãos, e rumemos
ao futuro! lá onde as aves fazem seus ninhos.
Jorge Humberto
06/08/08