Sinto a minha alma molhada,
Empapada.
Acho que o meu coração cedeu,
Rompeu...
E uma infiltração difusa
Escorre por fenda obtusa.
Será chuva?
O meu coração é um charco,
Um barco
Sem fundo e sem vela,
Aguarela
Sem cor e sem vida,
Mera força amolecida...
Naufrago?
A minha alma apodrece,
Esvaece.
Do coração trespassa,
Perpassa,
A humidade que mina
O alicerces da ruína...
Será só orvalho?
O meu coração goteja,
Mareja,
Molha a minha alma frágil,
Intáctil.
E rios de cristal fluído
Aquecem-me o olhar perdido...
...São lágrimas!
Teresa Teixeira