Tenho pedaços de mim
Espalhados pelo Mundo,
Por entre brisas difundo
Sinais do meu folhetim.
Pedaços-recordações
Perdidas no esquecimento,
Presas em mim, acorrento
Lembranças de afeições...
Deixei pedaços vitais
Em mãos de todas as raças,
Sonhei, com elas, barcaças
De inocentes ideais!
Deixei fragmentos de mim
À guarda de tanta gente!
Fizeram deles semente?
Ou encontraram-me um fim?
Perdi pedaços em campos
Que não lavrei tanto tempo!
Porque escondo o meu lamento
Na neblina dos meus prantos?
Porque deixei que a chuva
Lavasse as cores do arco-íris?
Porque em searas estéreis
Só encontrei água turva...
Só retive pardas cores,
Saudades, que esmagaram
Os pedaços que restaram
Numa vida de mil dores...
(Dedico este poema sentido a todos as amizades que semeei, num longínquo e esquecido ano de intercâmbio cultural - AFS 1978/1979-EUA)
Teresa Teixeira