Vivemos no rosto das dúvidas dependurados
em gruas perpetuamente paradas. Sem estradas,
pressentimos moradas antigas desabrigadas
quando o telemóvel não se ilumina com um
toque no ecrã.
Adivinhamos que o ontem não terá força
no amanhã. Que a viagem acabou antes de
sequer começar. A lágrima teima em rolar.
Teima em se perpétuar rolada no alfato.
Dispensamo-la!
Então, tamponamos os dique, cravamos-lhes
rebites, atulhamos a Alma, remendamo-la
com uma agulha feita de erva-cidreira.
À maneira!
Rebobinamos a quente o inocente filme.
Anunciamos o FIM na noite niilista do sangue
anavalhado de esfíngicas, apostólicas dores.
Agora, as horas maniqueístas cobrem-se
de líquenes e os sapos peregrinos entram-nos
p’la boca e devoram-nos os intestinos.
Agora o quartzo das horas embacia-se no
estremecimento do silvar da serpente!
Sem pernas e sem sementes,
descuidamos para sempre o feed-back ao destino.
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