Confesso-te meus segredos, sussurrando-te
ao ouvido baixinho. Escutas-me com enlevo
e presta atenção, acenando-me com a cabeça,
em sinal de concordância.
Porque os meus segredos, são
os teus também e assim fácil se torna, toda
e qualquer compreensão, de um desejo mútuo,
que reafirmamos, guardando-o no fundo
do coração.
Nada se esconde, pois que em verdade vivemos
e amamos. Que nos importa, o que digam as gentes
e o Mundo? a ninguém nosso amor escarnece,
que em caminhos sem escombros caminhamos.
Alvéloa criatura, que no céu fazes o teu ninho,
teu cantar mavioso, vem encantar o nosso dia!
E em alpendres sentados, mãos dadas, sorrimos,
para quem nos queira ouvir e se deixar contagiar,
pela nossa alegria, que nos trouxe a avezinha,
manhãzinha farta.
Fechado o álbum, de nossos mistérios,
beijamo-nos, e, tal qual a avezinha, partimos,
rumo aos céus, seguindo a encosta do vento –
que é mais brisa, na folha, que outra coisa qualquer.
Jorge Humberto
05/08/08