Mergulhaste onde não te posso procurar...
Presa onde não te irão libertar...
Presa tão longe...
Lá na escuridão...
Acorrentada tão perto...
Na solidão daquele meu inexistente coração...
E assim vives presa em mim...
Mas mesmo assim não te acho...
Procuro-te sem fim
Na minha mente já corrompida
Não sei onde foste escondida...
E por aqui andas perdida...
Entorpecida...
Perdida daquilo que és
Chorando sobre os teus próprios pés...
Caminhando no vazio
Sobre do teu próprio ódio...
Foges do teu amor...
Pelo passado sentes pavor...
Um medo que te acomete
Num ódio que te adormece...
Nos braços da escuridão que te embala
Vagarosa no seu sussurro, fala...
E no teu próprio destino
Estás sozinho...
Em frente a algo que não consegues rivalizar
Procuras uma ajuda que não consegues chamar...
Na tua própria caneta
E escondeste noutra faceta...
Que não é a tua...
Que pertence, a quem pertence a Lua...
A ninguém...
Mil e um olhares tens...
E todos choram
De mil sítios vens
Mas não sabes o teu próprio destino
Choras que nem pequeno menino...
Que não consegue a solução
Choras pois estás na solidão...
E em mil palavras
Não dizes nada...
À solidão estás destinada...
Tu e a tua triste agonia...
Na tua sádica monotonia
E choras...
No teu mundo de sombra...
Pois perdeste-te de ti própria...
Onde estás antiga alegria?...