Vidanoitemortedia
A noite já se ia enquanto a manhã se aproximava e o álcool, a coca, ainda não cessava de surgir nas mesas, pias e nas carteiras. A noite parecia dia, desconhecidos eram como velhos amigos, a bebida descia como agua filtrada e a musica era repetitiva onde parecia que levava um murro a cada batida seca, surda, aguda, infinita... Com as luzes piscando, sorrisos surgiam, rebolados no meio da loucura e mais cervejas sobre a nossa mesa. Todo mundo estava ligado no 220v caminhando rápido em uma piscada uma vagabunda me encarava e depois me beijava. A aglomeração estava me espremendo, o ar me faltava junto com a alucinação de cometas verdes, rosas ou talvez alaranjados. Em uma piscada estava no gramado no colo da... Vagabunda. Era como se fosse o próprio “the flash”, mas posso dizer que era melhor que o idiota, enquanto minha cabeça estava sob o colo da... Escutei vozes, sons que pareciam meu nome e viam de longe, de perto.
- BAZESKO! VAMOS – disseram alguns conhecidos que vieram comigo a alguns passos de mim
- não grita, porra!
Levantamos, eu e a... Caminhamos ate meu carro onde foram três na frente e um monte atrás. O barulho das conversas me irritava e o buraco da ignição não aceitava minha chave da porta de casa, naquele momento ate o carro me enfrentava.
- Bazesko! Ta loco? A outra chave
- Cala a boca, eu sei. – disse a... Mas na verdade não sabia ou sabia, indiferente.
Partimos por ruas adentro, algumas na contra-mão outras eu conseguia acertar e a gritaria comia solta a trás, na frente, para fora e o pneu do meu carro cantava mais que um galo. Sorte que o piloto automático do meu carro é incontestável, infalível seria melhor dizer. O carro foi esvaziando um idiota por vez até ficarmos em quatro, pois morávamos na mesma região.
- Passa na “Brata” – pediu o Rodolfo
- Não
- Pra pegar mais porra - continuou
- Demoro! Demoro – disseram Eduardo e Guilherme
Então cortei pelo Jardim do Sol e atravessei para a “Brata”, com os faróis apagados entrei em uma rua escura onde parei e o Rodolfo desceu. Ficamos nos três no aguardo, angustiados pela demora do filho da puta. Passaram alguns minutos e nada até que vejo faróis subindo em nossa direção era impossível negar que era a policia.
- Porra! A policia! Cadê o cara – disse
- Já era! Qualquer coisa eu to doente – Disse Guilherme
- Beleza – confirmamos eu e o Eduardo
Estacionaram-se na nossa diagonal esquerda traseira onde desceram e tiraram as armas dos suportes:
- TODO MUNDO PARA FORA E COM AS MÃOS NA CABEÇA! – disseram os dois policiais. Eu só conseguia pensar em um cassetete no meu rim e outro nas pernas e quem sabe ainda se tivesse sorte ser roubado, acontece. Saímos como mandaram, ambos com o cu na mão piscando e suando. Guilherme pos então todo o seu conhecimento do curso de artes cênicas com umas pitadas de entorpecentes para os guardas. Enquanto revistavam o carro, Guilherme, tinha falsas dores estomacais, eu olhava para o Eduardo, pois não sabia se dava risada ou ficava mais preocupado se descobrirem que era mentira. Um policial ficou junto ao Guilherme demonstrando toda sua compaixão e começou a nos explicar onde ficava um hospital próximo, dissemos a ele que estaríamos a caminho.
- Vai! Vai! Saem daqui então! – disse o outro policial.
Sem pensar duas vezes entramos no carro e fomos pelo caminho que o policial nos explicou, mas desta vez passamos mal realmente de tanta risada. Não pensaria duas vezes em indicar a atuação para o Oscar. Andamos alguns quarteirões até que sentimos falta do Rodolfo, ele se escondeu junto com os traficantes. A duvida era se voltássemos os policiais ainda poderiam estar lá e seria fatal para nos. Seria antiético para um soldado deixar outro na guerra, mas nesse caso, Rodolfo mora perto então ele sabe o caminho de casa, não pense isso como egoísmo, de forma alguma. Chegamos à casa do Guilherme e ficamos por algumas horas até que o amanhecer nos matou para um novo dia.
CB
Não Tente