Mesmo com um pé num precipício,
quase a cair,
Mesmo com a alma vestida de luto,
enegrecida de pesar,
Mesmo com os dedos partidos,
impossibilitado de abrires a mão,
Mesmo com os olhos perdidos na escuridão,
sentindo a agonia da cegueira.
Mesmo com o corpo cansado de ser esquecido,
Mesmo com a renúncia de um amigo,
e maltratado pela solidão,
Mesmo com a razão vazia de sentido,
Não te destituas do mundo,
parte à procura de um lugar,
de um meio,
de um objectivo,
de um espaço,
para que possas ser feliz.
Parte à procura da luz que sai de ti,
não desistas nunca,
faz uso de teu imaginário,
do teu amor próprio,
porque ele é um princípio gerador,
é o amor que abre os portões do teu coração,
para que superes a negação de teu ser,
a náusea de viver sem fundamento.
A vida apenas tem sentido na luta,
somos heróis de nossos intentos...
Sobe a montanha sem medo,
e confia ...
beatriz barroso