Libertos os silenciamentos opressivos,
serei nesta madrugada a indizível noite
forrada por platinadas filigranas fugitivas...
Serei a nuvem transbordante
pousada nos teus olhos redondos de luar ...
Serei a bruma, acicatada e pura
da tua silenciada noite,
perpetuamente secreta, perpetuamente escura.
Esta noite
Serei o silêncio repisado dos passos miúdos
de ancestrais gaivotas, coalhado em eco,
na concha concâva do teu corpo;
O descanso da queda de água abrupta
que te escuta a repontar da areia em luas de Lua cheia;
O mutismo do vento que balança
a cada acorde, a cada som, a cada estrondo,
a cada sentido gemido do prazer póstumo habitado,
de te ver, por livre arbítrio, sucumbir apaziguado,
sem luta, no cálice fundo de mim, tua taça de cicuta.
Esta noite, por fim, no fundo lastro dos teus olhos,
abrir-se-ão virgens, novas constelações de Estrelas,
soltas de pontas revoltas de Cometas.
Libertas, as suas pontas, em anéis ogivas de luz,
tombarão geométricamente dispostas, nas minhas margens,
na flor do sal, tais tapeçarias túmidas de musgos e folhagens.
MT.ATENÇÃO:CÓPIAS TOTAIS OU PARCIAIS EM BLOGS OU AFINS SÓ C/AUTORIZAÇÃO EXPRESSA