Às vezes fico na incerteza
Essas bobeiras tantas
Que nos assola
Simples mortais
Sentindo-me pouco e fora do contexto
Sem direito
De ter dar um beijo
Quando quiser sem ser inconveniente
Vejo-te distante
Como se fosse de Vênus e eu de Marte.
Morde-me um bichinho nervoso
Por dentro
E o coração fica falhando um tanto
Quase manco
Mas logo passa ou esqueço.
Não sei o que é isso
Ou o que deixa de ser
Só sei que é meio esquisito
Como seu eu tivesse um sexto sentido
E pudesse saber que naquele momento
Você e eu fôssemos proibidos um para o outro
Ou que talvez você pensasse assim
Mesmo que de relance, no momento.
Mas não liga não.
Eu sou encanado mesmo, mas passa
Tenho um quê de esoterismo
Do não-dito, da não-ação, da complexidade dos paradoxos.
Não é loucura eu sei, mas também não é real
Talvez uma forma de lucidez extrema
E isso me assusta um pouco.
Fico nervoso, mas passa.
Deixa isso pra lá, vem pra cá.
Me liga,
Um abraço em um beijo,
Aquele que não lhe dei a pouco
E que talvez te dê amanhã ou em qualquer intervalo
Em um momento vago do seu dia ou do meu
Num canto de um restaurante
No semáforo
Um brilho estrelar ou um risco de fósforo na escuridão.
De qualquer forma, um beijo com gosto e jeito.
Te espero
Sou o mesmo cara
Sujeito a tempestades momentâneas
E que vive cada momento
Do gênese ao apocalipse intensamente
E com você tudo é emoção dupla
Tudo que já vivi contigo conta e marca
E já descompassou meu coração
Não tem mais conserto
Eu acho.
Meus escritossão verdades inventadas, fatos adulterados, fingimentos diversos; tentativas de pintar um quadro, fazer um canção, escrever um livro.