Repousam rosas vermelhas
colocadas na jarra sobre a mesa,
misturam as sombras das paredes
por fios de luz que reflectem das cortinas.
O calor lá fora esquece o fresco interior
e afasta o horizonte de silêncio.
Brilham ainda vivas, é belo vê-las…
Parecem encobrir a noite que vem
com mistérios de perfumes
querendo chamar por alguém:
como pássaros que cruzam o interior
daquela vida exposta ao encovo do mundo.
Simples sentidos vividos neste dia
gravados em sons de cores e harmonia
que leva toda a essência da vida
apenas num breve segundo.
As rosas brilham sobre a mesa
como se fossem letras para mim.
- Amanhã é outro dia
e o seu brilho já não é assim,
tal como a tela da minha poesia.
OS MEUS POEMAS SÃO COMO AS MINHAS TELAS. TANTO ME EXALTO NAS MISTURA DAS CORES QUENTES E FRIAS COMO POR VEZES ME REFUGIO NO PRETO E NO BRANCO (OU MISTURO OS DOIS). TANTO EXPRESSO A REALIDADE COMO O ABSTRACTO E O SONHO; A PAIXÃO E AMOR, COMO A DOR E A REVOLTA…