Numa pousada em Porto Seguro
Deitada na rede seminua
Bailava no mar salgado a sedenta
Navegante sem rumo ao mundo
Apenas colo do amor simplicidade
Numa barraca, um picolé de coco saboreava
A boca beijava amava e se deitava
Os olhares desejosos de esperança
Fizeram livre a mulher morena que dança
Tão linda e branca tez serena, amena
Corria a fundo em busca da felicidade
O rio era de frente para o mar azul
O céu encontrava-se em seus olhos de lua
Ela era sempre tão sua e rua passagem
Frente às descobertas havia um canto verde
Esse canto vagueia nas suas lembranças
A Morena de Trancoso vigia a noite estrelada
A vida passa, o tempo voa, a menina mulher
É criança e balança amada
Nas águas desse mar foi-se embora de navio
E alcança tranquilamente o outro lado
O mundo novo que hoje lhe dá arrepios
Comove, mareia os olhos e amanhece
Em busca do canto verde da eternidade.
Diana Balis