Poemas : 

POEMA QUASE NECESSÁRIO

 
para Fabiana, sempre.



nenhum luto é necessário
mesmo até quando nos bate
o desejo de morrer
de que vale o calendário
se a dor que nos abate
atravessa ano e mês
mas nunca pára de doer?

ai o amor me põe em pane
e por mais que eu o consagre
fabiana ou adriane
vinho bom vira vinagre
mesmo assim insisto em crer
na mentira do milagre
que ontem ia acontecer

toda noite veste treva
não te iludas com as estrelas
pois nenhuma nos eleva
adriane ou fabiana
não te permitas envolver
por esta luz profana
que só vamos perceber
quando a nossa vista humana
um dia deixar de ver

______________________

júlio



Júlio Saraiva

 
Autor
Julio Saraiva
 
Texto
Data
Leituras
922
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
4 pontos
4
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 01/08/2008 18:35  Atualizado: 01/08/2008 18:35
 Re: POEMA QUASE NECESSÁRIO
O poema não é quase necessário, é mais que necessário. Das estrelas só vejo o rastro e quando de olhos fechados, talvez por isso antes de dormir algumas vezes me venha a imagem deste rosto do poeta. Um rosto enternecido pela dor de todos os poemas conseguidos, na ressaca de amores que se avinagraram. Um brinde a nós, enquanto tivermos bom vinho. Um beijo a vc.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 02/08/2008 21:06  Atualizado: 02/08/2008 21:06
 Re: POEMA QUASE NECESSÁRIO
PaZ!!!

É um poema magnífico Júlio!!! As palavras junta-se de uma forma tão sublime, parecem um fio de água interminável que não queremos que pare, nunca! E a intensidade do tema fez justiça à obra prima literária que pôs aqui!!!