Tinhoso
(ao poeta Jenário de Fátima)
Rumino desde a lua prenha
De sorte desse embaraço
Um verso atado ao braço
Danado como uma senha
Ô xente! Me tragam lenha...
Que eu vou contando ligeiro
No ouvido do forasteiro
Um xote com tino e gosto
Seu moço,afirma o pescoço
Nesse repente tocante
Que tenho como ajudante
O chão do sertão inteiro
O cabra novo e iletrado
Foi um poeta arretado
Vendou os cordéis na feira
Foi fulô de gameleira
Foi carcará de janela
Tanto verso põs no mundo
Que a gemedeira dispara
Lá pros lados da Inglaterra.
Cantou em dez mil cidade
Com rabeca e humildade
Falou da infância pobre
Nobre e descalço menino
Trepado num cajueiro
Pra mode ouvir quando o sino
Anuncia a devoção
Queria o coração sem vício
Apelou à padre Ciço
Por toda aquela oração
Ser famoso no estrangeiro
Ter cavalo e ter dinheiro
E nunca esquecer de ser bom...
Nina Araújo
O poeta Walmar Belarmino assim diz:
“CORAÇÃO DE POETA É TÃO SENSÍVEL,
TÃO SENSÍVEL DE UM JEITO IMENSURÁVEL
QUE CONSEGUE SENTIR O INAUDÍVEL
E BEIJAR COM LEVEZA O INTOCÁVEL
VER UM DEUS EM CADA MISERÁVEL
E CHORAR PELA DOR DE UM OPRIMIDO
MESMO ...