Sê bem-vindo ao meu jardim...
Eu sou o Guardião
O Guardião do jardim eterno
O Guardião do jardim efémero
Queres saber de que é que é feito o meu jardim?
O meu jardim é feito de campas e memórias;
Memórias escondidas
E tristes;
Mas jamais perdidas...
São memórias das gentes de outrora
Memórias perdidas na aurora...
O meu jardim tem almas sobre as pedras e flores...
Flores que representam as dores;
Dores das pessoas que ficaram...
E porque se existem aquelas que ficaram;
Existem também aquelas que para sempre saudades deixaram...
Guardo este jardim, não porque desespero;
Mas porque assim o quero.
Guardo este jardim para prestar homenagem
Àqueles que Deus levou
Aqueles que os mortais amavam,
Aqueles que para sempre saudade lhes deixaram...
Os mortais e os mortos passeiam lado a lado no meu jardim
Passeiam numa melodia harmoniosa sem fim...
Os mortais vão ao meu jardim,
Não para os mortos procurar
Vão ao meu jardim pois os mortos já encontraram
No sítio onde menos procuraram
No coração...
E se os mortos do meu jardim quiserem partir
Eu não deixarei...
Pois eu sou a Morte
O Guardião do jardim...
E o Jardim para sempre guardarei...
Mais uma vez;
Bem vindo sejas ao meu...
Perdão...
Bem vindo sejas ao Teu jardim
Pobre alma...