I m a...
Após mais uma noite qualquer em que a escrita é minha única amiga. Acordo pior do que nunca, poderia até dizer que fui surrado a noite inteira e minha carcaça estava caindo enquanto caminhava sonolento ao banheiro onde a imagem não me agrada, minha imagem me causa nojo e o vômito vem junto com o enojo. Lambuzo toda minha pia de sangue escuro e contagioso, minha vida estava com certeza vazia. Enquanto ainda me olhava para o rosto monstruoso sentia o gosto amargo do sangue na boca e vomitei novamente todo aquele sangue sujo, estava sem duvidas prestes a ser enterrado.
Quando pensei que havia acabado o gosto ainda me marcava na boca. Guspi freneticamente a fim de acabar com aquilo, mas não cessava o sangue. Olhei-me no espelho e agora o monstro estava com sua presa ensangüentada mostrando sua verdadeira cara, sem a mascara. O sangue enchia em minha boca sendo inevitável o meu próximo vomito e então cai no chão do meu banheiro e vi minha família em Canasvieiras, Sambaqui, Caieira do Sul e vi minha pequena princesinha brincando com uma pá na areia enquanto minha ex-mulher me chamava cada vez mais baixo e distante até que a escuridão me vencer e o telefone tocar onde me levantei em um pulo da minha cama:
- Alô? Alô?
- Bazesko?
- É... é... acho que sim.
- È a Carol – com voz ofegante no telefone
- O que? O que aconteceu?
- To aqui no Hospital Infantil Joana Gusmão com nossa filha
- O que aconteceu?
- Vem pra cá, preciso de ti.
...
CB
Não Tente
Mais textos
Rss do autor
Estatísticas
Enviar
Imprimir
Criar um pdf
