Promete-me que quando for uma estrela
Lá bem no cimo do céu
Irás cantar para mim
Só para mim
Em cada noite de luar...
Deste único dia
Que é a morte...
E que irás prender o mundo
Para te ouvir cantar...
E quando tudo estiver
Mergulhado num silêncio absoluto
Tentarão perceber
O som de um murmúrio...
Talvez um poema...
Feito de amor
E cantado em gritos de dor!...
Promete-me...
Promete-me que nunca me abandonarás
Naquele plácido sítio onde repousarei...
Com toda a minha glória
Para toda a eternidade
Que não deixarás as silvas
Corromper a minha última morada
Promete-me que irás beijar o meu espírito...
Que te ouvirá cantar...
Nas noites de dor e luar...
Promete-me que vais consolar os que amo
Com a esperança que não tens...
Que os irás abraçar
Quando se sentirem nus no frio da noite
E que lhes dirás
Que em toda a minha vida
Tentei ser Poeta...
Emergir da minha própria invisibilidade.
Mas que simplesmente eu!...
Homem!...
Falhei!...
Promete-me…
Mulher…de negro!