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Inovocação ao Suícidio

 
Vermes góticos, caóticos, vates em de(composição),
espirítos que buscam em longas cruzadas o sinal da volúpia, da escuridão,
do silêncio etéreo que sona à noite, da ocasião, do mistério -
os espelhos que refletem as nossas almas no †DOMÍNIO DAS TREVAS†.

E sintam os vermes que se depositam na alma de cada poema, conto ou poesia,
aos quais de tal seiva bruta e árvore morta e decrépita se elaboram,
e se alojam no intestino para a imitação, em busca de seu diamante roubado
e vêem-se ocultas nos "Signos da Escuridão".

Onde o maior desejo da alma humana é se libertar e lapidar este diamante que tão indelevelmente corrói os sentidos em sua putrefação.

Eis onde buscam atos a liberdade para seus espirítos. Onde, talvez, a liberdade em cinzas se aloja numa urna como um corpo carbonizado.



† INVOCAÇÃO † AO † SUÍCIDIO †


Oh, poema ouçais-me

O vício pulsa de contínuo para a lua póstuma,

Solitária dos velhos enamorados!

Mas, para mim é falso, o seu encanto confuso.

Percebi que a minh' alma morre mais

Quanto mais quer algo, vivendo mais do que pude.

O mundo que venceu-me, devorou-me às portas do céu e do inferno

Em lençóis que em sonhos, o verme me cobria o rosto de elegia.

O verme enverbece no silêncio - longe do tempo:

Oh, poema. A Renúncia!

Que traz consigo as garras de um Gênio irado que sonhei.

Oh, poema ouçais-me:

Deixais-me morrer num mar de rosas escuras,

Deixais-me morrer a modorra dos moribundos

De alma e espírito malogrado.

Deixais-me, deixais-me pousado

No teu silente sempiterno retiro!

Oh! nas lajes frias dos sepulcros!

Do que saciar-me com o tédio de uma vida,

Antro onde anseiam-se feras, bestas...

Oh, poema escutais-me

Pancada por pancada, minh' alma ateia.

Deixais-me morrer no Mar precipitado,

Vendo a minh' alma para teu abismo eterno

E lágrimas rendidas a desgraça:

Nela, minha amargamente esperança!

Deixais-me!

Sinos de vésperas mórbidas como um quimera

De presas frias me devoram a cada noite,

E com o vosso Pégaso e Górgona me enfeitiçam

E me prostituem, a vida, assim.

Negros Elfos fumam cigarros no meu rosto:

Oh, naúsea meditabunda!

Deixais-me morrer no Mar Vermelho

Lançado a vosso refúgio e golfões.

Deixais-me morrer por mim mesmo

Para sentir ter me matado!

Deixo-te meus versos da alma arrancados

Para não deixá-los mudos ou atordoados

De confusa precipitação ou imitação.

Agora, parais-me de falar tais palavras não digeridas

Pelo meu pensamento pela putrefação de minh' alma,

Para, agora, deixais-me morrer sobre tuas asas

Eternas e confidentes portada a direita

Da lâmpada de Hermes.

Deixais-me ser aquele tentado

Por Lúcifer-Mara, liberto do calcanhar-de-Aquiles e Seth.

Perambulais-me ao Sol da Meia-Noite

Junto aos Filhos do Dragão Vermelho

À sombra do sol ao Lúcifer-Prometeu.

Deixais-me ver a madeira se queimar:

"Igner Natura Renovatum Integra".




Davys Sousa
(Caine)

 
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caine
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