Como posso manter de mim
a fronteira luminosa,
a identidade dos horizontes puros,
neste sórdido Mundo,
nesta lama de vileza?
Como posso manter em mim
um pássaro livre no peito
cantando alegrias de amor,
voando pelas Fantasias?
Como posso, (como quero)
abrir-te a fala, aos meus olhos
sonhar a Vida dos teus filhos,
desesperando por te ver,
límpida e serena?
"Como?",
dizes-me sorrindo,
silenciosa e frágil.
José Jorge Frade