Nas veias de um Tempo líquido,
perdida algures por dentro dum enlaço
busco(me) e encontro-me hospedada
em asas de palavras - no instinto intenso -,
bramindo a espada abrupta do silêncio.
São de algodão os caudais do Espaço
onde o amarelo dúbio das Magnólias ainda por florir
me falam dos ritmos genésicos dos teus passos.
Busco-te no gérmen, no tempo lavrado por dentro,
No refluxo das águas
(e no seu fluxo)
Nos rios eternizados de lágrimas, quedas de águas
Na loucura ácida que escorre na garganta
Nas folhas ainda por brotar
Nos desfiles mundanos de milhões de sombras projectadas
Nas orlas fecundadas, aluviões de palavras
No alcatrão fugidio das estradas,
Nos "Tudos" e nos "Nadas" ...
Nas sonoridades abstractas dos ventos
emergentes das florestas
Na peregrinação cíclica dos pássaros
Na sinfonia anacrónica de teclas e de cordas
(E das flautas de Pã...)
No metal sibilante de musicais artefactos...
Busco-te no sonho enlanguescido,
do qual já perdi até o próprio sentido…
Busco-te, construo-te um trono
e, exausta me abandono
por dentro de veias Siderais.
Desejo o teu abraço.
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