Enviado por | Tópico |
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Julio Saraiva | Publicado: 26/07/2008 10:40 Atualizado: 26/07/2008 10:40 |
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Re: pelas horas... p/josejorgefrade
meu caro poeta,
"Pelas Horas" é um poema profundo de ausência e dor. Forte. Inicias assim: "pelas horas mais cansadas/se arrastam meus lentos dedos/agora roxos, na pele da tua ausência,/imaginando teus cabelos/vendo-te os lábios/de olhos cerrados." Entendo esta ausência provocada pela morte. Costumo dizer que dificilmente alguém é poeta aos vinte anos. Porque poesia, quer queiram, quer não, às vezes é cruel e cobra do poeta o sofrimento e a vivência. Vinícius de Moraes, numa de suas canções,escreveu que não há poeta sem sofrer. Hoje, aos 52 anos, acredito. A poesia é a maneira que o poeta encontra para revidar o sofrimento, às vezes com a ironia - "se nos afasta a presença/mais juntos separados estamos". Isto é muito bonito. Por fim os versos que encerram o poema: a fuga, o colo da madrugada: "penosos passos/os que dou nesta madrugada/ tensa, discreta e bruta". Teus versos são comoventes. Sem os tons melodramáticos que o tema poderia provocar. Poesia pura. afeto e admiração, júlio s. |
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Enviado por | Tópico |
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MariaJoséLimeira | Publicado: 28/07/2008 04:22 Atualizado: 28/07/2008 04:22 |
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Re: pelas horas... - Olá josejorgefrade
PELAS HORAS...
Um texto de José Jorge Frade (Análise crítica) Maria José Limeira “Pelas horas”, de José Jorge Frade, é um texto denso, forte, cheio de emoção. Rico em imagens, o poema se abre a várias leituras e interpretações, misturando dor, protesto, com um visual que suplanta e vai além do que as palavras podem dizer. Tanto que fica explicito nos “lentos dedos agora roxos”, “imaginando teus cabelos”, “fechar os braços, mãos abertas sobre tua imagem densa”, etc. etc.... Outra qualidade que se sobressai no texto é que é pleno de movimentos, ritmo e musicalidade, com uma tensão que começa no título, mantém-se em todo o conteúdo até o final, com uma surpresa em cada verso. A linguagem é culta e rica. Acima de tudo, um texto elegante. É o que mais se pode dizer desse poema, Poesia de primeiríssima classe, do primeiro ao quinto, e sem tirar nem pôr. Um conciso & grande texto! |
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