Fui aos soluços por aquela estrada
Perdida e achada em braços que não os teus
Pelo caminho feri as mãos, os pés, a cara rasgada...
Fui beijada pelo veneno, pelo asco da solidão,
Durante muito tempo não soube quem era.
Naquele instante de descoberta
Vi então o que sou, o que fui, o que já teria sido...
E mesmo assim a fuga tentei
não me sentindo merecedora de tal amor.
É o medo da perda, da alegria que embriaga
Medo de sentir o calor que emanas
e o frio que a tua ausência provoca.
Este sim e não que prolonga a dor.
A loucura que me acrescentas...
E por onde passei fui deixando
O rasto do meu medo
Partindo janelas abertas
Arrombando com a chave na mão
Tudo por não saber, afinal, como...
E tudo o que aprendi contigo,
E que não quero mais esquecer
Poderei eu dizer a alguém o caminho?
Andarás comigo pela estrada,
onde eu andei só um dia?
Poderão os meus olhos
perder a luz a olhar os teus?